quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015



Eles estão sedentos, como 'vampiros' em busca de sangues!

Hoje é o último dia para que a CELPA corte seu fornecimento de energia elétrica para minha casa e meu comércio. Se eu não pagar um valor próximo a R$ 1.300,00, passarei pela vergonha de ter que explicar para meus clientes, filhos e amigos que eu não dei mais conta de pagar este fornecedor.

Tenho 41 anos de idade, sou um empreendedor que emprega seis pais e mães de famílias. Já empreguei mais de 19 em tempos melhores. Em 15 anos de funcionamento da minha microempresa, jamais tive que decidir entre pagar uma conta de energia elétrica ou ir ao supermercado para prover a manutenção da minha família.

Como cidadão cumpridor de todos os meus deveres, que não sonego impostos, que não participo de falcatruas, que não pratico caixa dois, que não faço “gato” de água, luz, telefone ou TV a caba, que sigo e pratico as leis municipais, estaduais e federais do meu país, este é o momento em que me sinto mais incapaz, mais vulnerável, mais humilhado, mais aviltado e mais triste de toda a minha vida como empreendedor.

Assim como a maior parte da população deste país, não tenho mais com quem contar pois perdi a confiança nas instituições que foram criadas para me proteger e agora sou vítima e refém das mesmas pois trocaram de lado, preferem(de preferir mesmo) dar razão os fortes a proteger os fracos.
Só me resta agora, escrever em dois papéis: “CELPA” e “ALIMENTAÇÃO” jogá-los para cima e ver qual será sorteado para tomar a decisão de pagamento. Não há mais como pagar os dois, terei que passar por um dos dois constrangimentos.

Nestes últimos anos, me vejo escravo de um governo que se encontra num estado de insaciabilidade por recursos, pois os roubos são grandes e precisam cobri-los, se esqueceram de que quem paga as contas e sofre as consequências sou eu e milhares de trabalhadores e empreendedores desta invenção chamada “Brasil”. Eles estão sedentos, como vampiros em busca de sangues! Eu não tenho mais sangue...

Tenho um amigo que acredita em uma saída: “A convulsão social”.

Que Deus decida os meus próximos dias , pois eu perdi a capacidade de decidir ou escolher.

Jairo Castro – Microempresário do Município de Barcarena – Pa. Em 25 de fevereiro de 2015.