Luis Jorge afirma que Albras pode fechar por falta de energia
Escrito por Márcia Ferreira
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Sex, 17 de Fevereiro de 2012 08:24 |
Em entrevista para o Jornal O CABANO, no dia 15, o diretor presidente
da Alumínio Brasileiro S.A – Albras,Luis Jorge Nunes falou da
possibilidade da empresa fechar as portas se o custo da energia
continuar subindo. A fonte representa para a mineradora 50% das
despesas.
Luis Jorge afirmou que a Albras não é a única empresa de alumínio no
Brasil preocupada com o cenário, a Alumar, localizada no estado do
Maranhão e Alcoa, em Poços de Caldas também vivem o mesmo dilema. De
acordo com o presidente, a crise mundial que começou em 2009, continua. O
colapso resultou no fechamento de várias empresas pelo mundo,
inclusive, no Brasil. Na conversa, com a repórter Márcia Ferreira, Luis
explica que a Albras está unida com outras mineradoras e com a
Associação Brasileira do Alumínio – ABAL, para urgente, encontrar uma
solução para o problema.
JC: A Albras pode fechar as portas?
Jorge Nunes: Se nada for feito sim, mas não posso
dizer exatamente quando isso vai acontecer. Temos um contrato de
concessão de energia até 2024. Quando o contrato foi assinado, no ano de
2004 gastávamos 30% de energia, hoje as despesas da empresa é de 50% só
com energia.
JC: O senhor esteve com o governador Simão Jatene
para pedir ajuda? O que o governo pode fazer para manter a Albras de
portas abertas?
Jorge Nunes: O encontro foi para sensibilizar ainda
mais o governo estadual, mas o problema é de conhecimento do governador.
Ele disse que recentemente, quando esteve com o ministro de Minas e
Energia, Edson Lobão, cobrou a definição do assunto e que ainda este mês
deve reunir-se com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio,
Fernando Pimentel, para tratar do mesmo assunto. O que o governo pode
fazer é isso mesmo, é manter a conversa, cobrar solução, mas a definição
está com o governo federal e com quem detém a solução do problema. No
ano passado a Albras se uniu com a Alcoa, junto com a ABAL para abrir um
canal de conversa com o governo federal. Criamos o GT (Grupo de
Trabalho) e definimos os interesses. O governo deu um prazo de 143 dias,
depois prorrogou por mais 90 dias, que acabou no mês de dezembro e até
agora, não temos definição. Tenho certeza que o governo federal tem boa
vontade para resolver a situação, mas também tem algumas amarras.
Estamos preocupados, mas aguardando a definição. O que sei é que todas
as mineradoras que não tem autogeração vão fechar, se o cambio continuar
valorizado e nada for feito.
JC: No encontro com o governador o senhor disse que a
empresa reduziu os investimentos essa redução pode afastar novos
projetos para o estado?
Luis Jorge: Estamos praticamente pagando para
trabalhar. O que eu disse foi que no ano passado foram investidos 21
milhões de dólares e que hoje reduzimos para 2 milhões, isso significa
que por enquanto, não podemos fechar contratos com projetos, que tem
interesse na verticalização do alumínio. Hoje a Alubar precisa de 3 mil
toneladas de alumínio, mas não podemos fechar o contrato, nem assegurar o
metal porque não sabemos como estaremos daqui a dois anos. Somos
conhecedores do interesse de investidores no mercado da verticalização
todos com foco no Pará, pois temos aqui a cadeia completa do alumínio. O
estado tem a energia, o minério (a bauxita), o beneficiamento da
bauxita para virar o alumínio, o alumínio primário, a verticalização do
produto e o porto para exportação. Então temos desde a bauxita a
verticalização, mas precisamos de energia.
JC: Qual a relação da empresa com os empregados? Eles sabem o que está acontecendo?
Jorge Nunes: Com certeza. Temos uma relação
transparente com os colaboradores da Albras. Para isso são feitas
reuniões, bate papos. Temos o informativo interno. A empresa tem 1.250
empregados diretos, mais os contratados, representa cerca de 2 mil
empregos. Eles têm conhecimento da situação sim e juntos estamos
torcendo pela mudança de cenário.
Fonte: http://www.ocabano.com.br |
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